Não sei se é um tópico propriamente interessante, mas numa altura em que a maioria de nós está confinado a sua casa desde meados de Março acho que tudo o que fazemos acaba por ser o reflexo também do mundo exterior. Estamos provavelmente mais ligados do que nunca, mesmo que a vertente física esteja a suplicar por nos podermos abraçar como antes, e assim sendo muitos dos novos hábitos são pensados em conjunto, feitos por muitos e eu não sou diferente. Vou falar-vos de algumas coisas que tenho feito no último mês e meio, as novidades e as rotinas que se mantiveram.

Um novo projecto de fotografia

Com o trabalho basicamente parado comecei há cerca de 50 dias um projecto fotográfico inspirado pela fotógrafa Jamie Beck. Enquanto que ela deu o título #isolationcreation ao projecto que está a ser feito por milhares de pessoas em todo o mundo - na área da fotografia e não só - eu decidi intitular o meu projecto dentro deste projecto global de #stuckinsideoneself, baseada na permissa de estar confinada, "presa", dentro de casa e tendo de recorrer ao que me rodeia para criar diariamente algo novo. O que em alguns dias é uma procura por contar histórias com adereços, em outros dias é um género de foto jornalismo caseiro no qual retrato e capturo as simples actividades diárias. Não é nada de ambicioso mas tem-me ajudado a manter uma certa lucidez no meio de tudo.

Fazer pão e testar receitas

Pois bem, juntamente com meio mundo uni-me à saga de fazer pão em casa. Tive a sorte de já ter um bom stock de fermento de padeiro antes de tudo isto começar e na verdade foi mais difícil arranjar farinha, ali durante o mês de Março, do que qualquer outra coisa. Até hoje já fiz cerca de 5 ou 6 fornadas de pão, já mudei as farinhas que uso, já testei misturas e não digo que sou uma expert na arte de fazer uma boa fornada de pão quente mas até agora ninguém se queixou e o pão desaparece rapidamente.

Para além disto tenho dado uso à Yammi que tinha por ali parada. Continuo a adorar cozinhar, de tachos e panelas ao lume, mas não posso mentir que a Yammi dá jeito para os dias de preguiça, para fazer sopas, para cozer legumes ao vapor. Na verdade entre pão, Yammi e tanto mais a cozinha tem sido dos sítios onde passo mais tempo. As próximas aventuras, que estão em stand by desde o início do ano são os donuts e a massa fresca.

Bordados e companhia

Decidi virar-me para uma nova arte e desengane-se quem acha que isto é uma coisa muito ao género do século XIX porque na verdade, e especialmente durante este último mês, as encomendas em retrosarias tem disparado, de tal modo que ando a ver-me grega para arranjar uma nova meada de fio preto. Pois bem, depois de algumas palavras de incentivo de amigas diferente e com uma prenda de anos que veio pôr fim à história de não ter material, comecei a brincar com pontos, a perceber as infinitas possibilidades do bordado livre e se neste momento ando a gastar dinheiro em alguma coisa é em material de bordado. Adoro, é extremamente calmante e a coisa de ter um sem fim de cores de linhas faz-me lembrar o ser criança e querer ter todos as cores de marcadores. Esperem aí, eu quero enganar quem? Fiz 30 anos em Abril e uma das melhores prendas dos meus amigos foi uma caixa de 100 marcadores, já que para mim canetas nunca são demais.



Leituras e séries em dia

Como se isto fosse algo novo, claro que não é. Durante o isolamento social li cerca de 15 livros (até agora), consegui colocar em dia um monte de séries e ainda começar outras tantas. Terminei finalmente as últimas temporadas de Sex Education, The Chilling Adventures of Sabrina e o final de Modern Family. Entretanto continuo a acompanhar Brooklyn Nine Nine, vejo Friends repetidamente sempre que apanho e comecei a terceira temporada de Killing Eve e iniciei-me com Westworld. Acho que durante os próximos meses ainda vou ter tempo de sobra, portanto vou misturando as séries com leituras, com outras coisas e assim passo o meu tempo.


Disse-vos na publicação anterior que eventualmente vos falaria do meu desafio de 2020, no Goodreads, em que iria ler 30 livros no ano em que completo 30 anos. Pois bem, esse objectivo foi conseguido e superado a 15 de Abril, 3 dias após completar os 30. Posso dizer que o isolamento social e o novo Kindle deram o empurrão para lá chegar tão depressa mas a verdade é que desde o início do ano que estava motivada e bem lançada, já que em Janeiro li 8 livros e em Fevereiro foram quase mais 8. 

Enquanto que muita gente tem um ou dois géneros para ler e escolher os seus livros, já eu disperso-me por toda a parte. Claro que tenho um lugar especial no meu coração por ficção gótica, dos finais do século XIX, não fosse O Fantasma da Ópera o meu livro predilecto. Porém vou do YA (young adult) à não-ficção biográfica, passando pela ficção de mistério e paranormal, dando um saltinho aos romances com toques picantes (eróticos; vamos lá chamar as coisas  pelos nomes), isto tudo saltando de livro em livro e por vezes lendo 2 e 3 obras ao mesmo tempo, sem nunca me baralhar.

Este ano já dei classificações de 2 estrelas (para dar 1 eu tenho de estar pronta para me atirar da varanda) e de 5 estrelas a livros. O pior para mim foi o We Have Always Lived in The Castle da Shirley Jackson, seguido muito de perto pelo After da Anna Todd. Se um não me pareceu cumprir a premissa de história de terror, já o outro foi uma longa e muito árdua tarefa de não desatar à chapada virtual a personagens tão tóxicas e que me deixam arrepiada por saber que há legiões de adolescentes a ver um ideal amoroso naquele livro (gente, eu preferia uma relação ao modo 50 Sombras de Grey, e isso é dizer tudo).

Já no campo dos livros muito bons e os quais qualifiquei com boa pontuação, aponto sem dúvida alguma o A Man Called Ove (Um Homem Chamado Ove) de Fredrik Backman, o Twas The Nightshift Before Christmas do Adam Kay e claro o Little Women da Louisa May Alcott que é um dos favoritos, do qual faço colecção de edições em várias línguas, mas que não é leitura nova. Claro que há mais, como algumas novidades de 2020, como o Woven in Moonlight da Isabel Ibañez ou o In Five Years da Rebecca Serle, mas na verdade ando a ler um bocado de tudo, porque sinto sempre que leio conforme as minhas variações de humor, a altura do mês em que estou e a predisposição que tenho a um certo tema ou até ao tamanho de um livro.


O Kindle também ajuda. Se por um lado adoro e sonho em ter uma casa recheada de livros físicos, com aquele cheiro a tinta impressa em papel, com capas duras e de preferência forradas a tecido (fascínio meu) por outro lado o Kindle poupa-me espaço que não tenho e dinheiro, porque sejamos sinceros, ler e ler muito é um hobby caro e entre e-books grátis, outros a preços baixos e, tapem os olhos, algumas pirataria, lá vai dando para ler a quantidade de livros que tenho lido este ano. Se assim não fosse ia ser bem mais complicado. Já agora, depois de ter um Kindle desde o Natal de 2014, decidi oferecer-me uma versão mais recente, com luz e branquinho como prenda de aniversário, isso e aproveitando uma bela promoção da Amazon Espanha.

Caso também estejam pelo Goodreads podemos seguir-nos mutuamente, ou podem ir só deitar um olho e coscuvilhar o que por lá ando a fazer.


A última publicação foi há cerca de mês e meio mas parece ter passado toda uma vida no entretanto. Claro que vou culpar a pandemia que num mês e meio se instalou de tal modo na nossa vida que tudo o que era rotina foi alterado e a vida levou ali uma mudança de 180 graus, ou perto disso. Já pensei em passar por cá antes e dar trabalho aos dedos mas faltavam-me as palavras, não o tema, e portanto esperei até hoje quando finalmente tenho muito pouco que fazer.

O dia 10 de Março marcou para mim o último dia em que fiz algo fora de casa, sem ser as compras necessárias e as idas aos avós para tratar deles (levar comida, medicação e ajudar na higiene), quando fui renovar o meu Cartão de Cidadão que nem sequer tive ainda oportunidade de levantar. Os dias seguintes até ao início de Abril dividiram-se entre passar a ter uma casa mais ocupada com um elemento extra em tele-trabalho (quando já somos 2 a trabalhar a partir de casa em época "normal"), a programar uma única ida por semana às compras (para casa e para os meus avós) e tentar condensar tudo numa única saída concentrada numa única pessoa para não haver exposição desnecessária.

Abril trouxe o fim do meu trabalho e deveria ter iniciado um novo ciclo de trabalhos e tal não aconteceu. Falo-vos agora da perspectiva de não ter trabalho tão cedo e de ver cada trabalho agendado a ser cancelado ou adiado para quando houver permissão para tal ou, na maioria dos casos, com datas mudadas para 2021. Tenho sorte de ainda dividir casa com os meus pais, de ter um fundo de maneio que ando a gerir com cuidado, ou a situação ia estar muito mal parada.

Abril trouxe os meus 30. Celebrei os meus 30 anos no dia 12, dia de Páscoa e toda a semana que antecedeu a data foi terrível do ponto de vista mental. Estive em baixo, chorei, fui ao fundo. Andei meses a pensar como celebraria a entrada nos 30, com amigos, mesmo sendo Páscoa, com jogos de tabuleiro e uma jantarada em casa depois de todos terem passado o almoço em família. Não aconteceu. 
Eram cinco da tarde desse Domingo quando o meu irmão me levou à janela e na rua estavam 4 amigos meus, que vivem no Porto e podiam movimentar-se dentro do concelho, com mais 2 amigos em vídeo conferência. Não nos tocamos, cantaram-me os parabéns no meio da rua, chorei que nem uma desalmada e ri de felicidade, conversamos à distância e se há coisa da qual me vou lembrar para sempre é de fazer 30 anos em plena pandemia e de ser uma sortuda por ter estas pessoas maravilhosas na minha vida, uma melhor amiga que passou cá no dia seguinte graças a uma autorização de trabalho e amigos em Lisboa que me enviaram prendas por correio para me distraírem. Isso tudo e a minha família que celebrou comigo.

Entretanto os dias são uma incógnita. Há dias em que acordo bem, muito motivada, faço tudo e mais alguma coisa, limpo armários, faço pão, cozinho coisas a mais. Depois há dias em que acordo mais ou menos e pioro ao longo do dia, a ansiedade toma conta de mim, não sei gerir as emoções e cheguei a ter dias, especialmente em Março, em que tive de recorrer a medicamentos que tenho para tomar em casos de SOS para poder acalmar e até dormir. Não há vergonha nisso, as doenças mentais têm de deixar de ser tabu e não tenho problema algum em falar sobre elas. Portanto, estou a levar um dia de cada vez. 

A coisa engraçada é que continuo com o meu bullet journal, escrevo nele cada pequena coisa, como me sinto, faço listas até com as tarefas mais mundanas, porque por mais parvo que pareça a outros, para mim resulta e ajuda-me a manter alguma sanidade, essa simples tarefa de escrever em papel e poder assinalar coisas feitas. Neste momento esses pequenos truques dão-me uma sensação de estar a fazer algo ao invés de estar unicamente de papo para o ar.

No último mês e meio li um total de 16 livros, superei o meu objectivo de 30 livros para este ano, indo já no 33º e honestamente tem-me sabido muito bem ter alguma disponibilidade extra para isto, mas sobre isso falo numa outra publicação, quiçá em breve.



Estamos em Março de 2020, isto é um facto inquestionável. Aqui estamos nós depois de mais de 3 meses ausentes em que não me apeteceu publicar coisa alguma. Agora que tenho tempo devido a férias forçadas por avaria no computador de trabalho, volto ao blog com fotos do ano passado no intuito de espairecer um bocado a cabeça enquanto aguardo por orçamento para arranjar a minha ferramenta de trabalho.

Diz-se que do velho se faz novo e podemos até fazer de conta que o sol que tem aparecido algumas vezes nas últimas semanas deu para fotos de t-shirt e sandálias, como se tal fosse possível. Mas interessa mesmo as fotos serem de agora? Acho que não, mas ficam aqui na mesma porque penso em repetir este conjunto quando o tempo assim o permitir.







Depois de um fim-de-semana passado fora, por Lisboa, veio uma fantástica gripe com picos de febre, dores no corpinho e todas as coisas a que se tem direito quando uma gripe ataque. Claro que entre falta de tempo e falta de vontade de me mexer o Advento de Domingo não saiu mas aqui estamos nós, três dias depois do "prazo", a ver se sai alguma coisa e vai sair mesmo.

O Advento de hoje vem em forma de introspecção numa época que é pautada por toda uma onda de boa disposição, excessos e euforia, ou pelo menos assim aparenta. A verdade é que o Natal não é uma altura fantástica e bonita para toda a gente. Falo do Natal como falo de qualquer celebração que aconteça nesta época do ano em que para além do apelo normalizado ao consumismo, temos acima de tudo uma carga emocional muito grande vinculada à época festiva, o que para algumas pessoas é um gatilho enorme no que diz respeito ao seu bem estar mental.

Se para alguns esta época relembra a perda de algum ou alguns entes-queridos, para outras pessoas é o facto do Natal despertar traumas passados. Ninguém reage nem deve reagir da mesma maneira aos acontecimentos que marcam a nossa vida e é assim que para muitas pessoas o Natal é uma altura desgastante, angustiante e que preferiam não ter de viver de todo.

Para outras pessoas é a ansiedade generalizada face ao que outros mostram e aparentam ser. Sim, porque numa época em que vivemos para as aparências e as fotos produzidos unicamente para mostrar o que nem sempre é a realidade, algumas pessoas encaram isso como uma espécie de falhanço que infelizmente desperta grande problemas a nível mental.

Não só temos estas vertentes como ainda temos toda a aposta de muita gente nas tradicionais indirectas face ao corpo dos outros. "Ah e tal, o Natal é tempo de excessos mas depois vais ter de queimar tudo!" Ora porra, vamos lá entrar nesta época com o peso do que ainda não comemos em mente, vamos já começar a criar uma bola de ansiedade crescente porque vamos ganhar 200gr a mais ou 2kg ou o que quer que seja. Já chega que na maioria não gostemos daquilo que vemos ao espelho, portanto ter outros a espicaçar este medo de comermos uma rabanadinha a mais é uma maneira certa de entramos logo de pé errado nesta época.

O Natal é uma época de coisas bonitas, decorações brilhantes, luzinhas e tanto mais. Para alguns é a vertente religiosa da data, para outros o espírito de união entre família ou amigos. Para muitos é uma época de stress, emoções fortes e uma tristeza imensa e jamais devemos pressionar essas pessoas a coadunar com as nossas visões sobre esta época do ano. 

Se adoram o Natal, boa! Celebrem, divirtam-se, festejam junto de quem mais gostam. Esta época vos causa desconforto emocional e psicológico, é válido e mais válido é dizerem aos outros que preferem manter-se de parte, salvaguardarem-se ou se preferirem pedirem ajuda para conseguir ultrapassar esta época com menos stress e menos medo.

Dia 8, feriado e mais um Domingo de Advento. Estamos cada vez mais perto do Natal e na verdade a maioria de nós, mesmo os mais ponderados já decoraram a árvore, a casa e qualquer espacinho onde o Natal faça sentido. Assim sendo e como para mim os gadgets são indispensáveis e fazem parte do dia-a-dia também os gosto de decorar e dar aquele toque Natalício.

Assim sendo o Advento de hoje traz quatro opções diferentes, desenhadas por mim, para decorarem smartphones, tablets e o ambiente de trabalho do vosso computador. 












Olá Dezembro, olá Advento! É verdade - mesmo que não pareça - 2019 vai ter mais um Advento aqui pelo blog, depois da longa pausa, depois de voltar com novo nome. Este ano vou replicar o formato de 2018 com Adventos apenas aos Domingos, começando hoje no 1º de Dezembro e percorrendo um total de 4 Domingos sendo o último a 22 de Dezembro.

O ano passado acredito que resultou bem, sem haver sobrecarga de publicações diárias, sem a pressão e trabalho que isso dava e para o qual tenho cada vez menos tempo e ideias. Para coisas diárias, por mais random que sejam vou-me ficar pelo Instagram, que espero honestamente que se pinte de tons de vermelho muito em breve, tal como adoro.

Começamos este primeiro Domingo de Advento com a playlist de Natal, em constante crescimento, na qual vou sempre adicionado música nova, dos clássicos e músicas e até covers menos conhecidas. Para a semana a surpresa bem em formato digital para vestir os vossos computadores, telemóveis e tablets.








Joana, 33 anos e natural da cidade do Porto. Fotógrafa de profissão, louca por viagens e sempre com demasiadas opiniões para dar. Escrevo neste blog desde 2009, sendo que o mesmo já mudou tantas vezes quanto eu mudei ao longo dos últimos 14 anos. Depois de um hiatus entre 2020 e 2023, o blog está de volta!