The Life-changing Magic of Not Giving a F**k



“The life-changing magic of not giving a fuck is all about prioritizing. Joy over annoy. Choice over obligation. Opinions vs. feelings.”

Começo já por dizer que peguei neste livro pelo título, antes de saber que ao que parece anda um hype muito grande em volta do mesmo apesar de ele já ter sido lançado em Dezembro de 2015. Claro está que o meu cativou foi mesmo ali o FUCK, aquela palavrinha com quatro letras que traduzida para português dá uma palavra bem conhecida de todos nós e que quem disser que não a usa ou nunca a usou é um grandessíssimo mentiroso e nada mais (por mais santos e verbalmente correctos que vocês sejam).

Uma vez mais, e parecendo que é o padrão deste meu ano de 2017, decidi ler um livro de não-ficção. Acho que o meu estado mental de ser feliz pelo simples facto de o ser me tem levado a ler este tipo de livros, se não é isso é a idade, ou a necessidade de mudança no que toca a hábitos de leitura. Bem, o que importa mesmo é saber que este é um livro de não-ficção mas não o consideraria um livro de auto-ajuda...se bem que o é, é uma ajuda a dar-mos menos importância a uma data de coisas no nosso dia-a-dia que ocupam tempo, espaço mental e emocional e que acabam por tirar-nos uma data de coisas boas.


Se traduzíssemos o título, ou se houvesse uma tradução em português do livro (coisa que ainda não há) provavelmente o título seria algo como "Deixe de se chatear e mude a sua vida", isto assim numa tradução ao modo "Arrume a Sua Casa, Arrume a Sua Vida" que foi a maneira como traduziram o "The Life-Changing Magic of Tidying" da Marie Kondo  - o livro que basicamente inspirou este.

Numa tradução mais minha e talvez mais literal seria algo como "A magia de mandar ir à M***a que vai mudar a sua vida". Mas uma vez mais é demasiado literal e mesmo com o encanto da asneira ali, que podia ser um belo "ir à merda" ou um ainda mais belo "ir foder" (desculpem-me os santinhos), acho que o título traduzido perde 80% da piada.

“When it comes to how your fuck-giving affects other people, all you can control is your behavior with regard to their feelings, not their opinions.”

A escrita da Sarah Knight é leve, fácil de ler e parte muito da sua experiência pessoal, de exemplos da vida da mesma - mesmo que com nomes alterados para não ferir susceptibilidades - que depois de um panorama geral de como se aborda o tema do livro, ela acaba por dividir a ideia de "how not to give a f**k" em quatro grande categorias distintas: things (coisas); work (trabalho); friends, strangers and acquaintances (amigos, desconhecidos e conhecidos) e family (família).

A maneira como ela pega em tudo e torna a ideia de limpar a nossa vida do excesso de "desculpas" e "coisas com que nos chateamos" e as torna num desapegamento e arrumação ao nível visual, criando todo um esquema mental como se de um estábulo se tratasse. Basicamente ela dá-nos mentalmente um estábulo cheio de tralha derivada das coisas às quais damos demasiada importância e faz-nos seguir um caminho de arrumação em que vamos percebendo que há coisas com as quais não devemos mesmo perder tempo e chatear-mo-nos...literalmente, things we shouldn't give a fuck about.

Das minhas coisas favoritas sem dúvida que tenho de falar sobre a ideia de termos uma política pessoal (personal policy) como meio de nos livrarmos de certas situações. Ou seja quando uma simples cordialidade, ou resposta educada não chega, ou quando sentimos que podemos chocar com alguém que gostamos diferindo da sua ideia e crença, então usamos a ideia de política pessoal sem falar mais sobre isso. Mas se lerem o livro vão entender muito melhor o que quero dizer.

Ainda o NotSorry Method, ou seja o método principal que nos guia durante todo o livro; o F**k Budget, ou a ideia de que por vezes gastamos dinheiro que não podemos gastar com coisas que não nos interessam nem nos fazem felizes só para agradarmos a alguém; ou ainda a ideia de que devemos ser honestos e educados, mas nunca demasiado honestos nem demasiado educados, já que sermos demasiado honestos pode ser dar demasiados detalhes desnecessários e sermos demasiado educados pode fazer com que acabemos a parecer uns grandessíssimos "lambe-botas".

Para mim, depois de tudo isto apenas aponto o único ponto negativo como o uso excessivo da palavra "fuck", ao ponto de que até eu que tolero bem impropérios (e digo alguns *muitos* por dia) começava a ficar incomodada com o facto de ver a mesma palavra 20 vezes numa página. Mesmo assim ao fim de algumas dezenas de páginas já se salta quase instintivamente o aparecimento da mesma.

Para terminar em beleza digo apenas que é um livro que vale a pena ler, aproveitem para o colocarem nas vossas leituras de Verão (isto se sentirem à vontade com leituras em inglês). O The Life-changing Magic of Not Giving a F**k é simples, divertido, tem uma boa dose de ironia e humor mas mesmo assim consegue trazer uma dose de realidade e um "abre olhos" sobre situações que todos vivemos e que estão facilmente ao nosso alcance para mudarmos.






2 comentários:

  1. Adorei! Vou ver se compro o e-book também, parece-me uma leitura incrível!

    THE PINK ELEPHANT SHOE

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  2. Acabei de ver uma TED sobre isto e fiquei interessada...I give too much fucks away!

    Jiji

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Joana, 33 anos e natural da cidade do Porto. Fotógrafa de profissão, louca por viagens e sempre com demasiadas opiniões para dar. Escrevo neste blog desde 2009, sendo que o mesmo já mudou tantas vezes quanto eu mudei ao longo dos últimos 14 anos. Depois de um hiatus entre 2020 e 2023, o blog está de volta!